O goiano João Batista, de 70 anos de idade, entrou para o livro dos recordes como o idoso com Síndrome de Down mais velho do Brasil. Morador de Caçu, na região sudoeste de Goiás, ele tem uma vida ativa, faz artesanato, canta e está aprendendo a tocar gaita.
O sobrinho dele, Hallyson Hedhen Resende, foi quem teve a iniciativa de procurar uma empresa que faz pesquisa para o livro dos recordes. Ele afirma que quer que o tio quebre, daqui a muitos anos, uma novo recorde: o da pessoa com Down que mais viveu no país.
“Eu pensava que ele poderia estar entre os 5, entre o terceiro, mas foi uma surpresa saber que ele era o primeiro da lista. Hoje ele é o Down mais idoso do país, mas o Down que mais viveu teve 77 anos, então nós aguardamos bater mais um recorde”, disse.
O Brasil tem cerca de 270 mil pessoas com Síndrome de Down. A condição genética é causada pela presença de 3 cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção. As pessoas com síndrome de Down têm 47 cromossomos no núcleo das células em vez de 46, como é comum.
O geriatra Richard Arruda afirma que a expectativa de vida das pessoas com Síndrome de Down dobrou em poucos anos.
“A pouco tempo atrás, a expectativa média de vida de um paciente que tem síndrome de Down era de 30 anos, hoje a gente já comenta em 60. Isso em uma média. Este senhor que tem 70 anos, ele está realmente já acima da média e funcionalmente ativo, o que é um grande ganho talvez da medicina e do suporte familiar e suporte profissional que ele teve ao longo da vida”
A irmã de João Batista, Olegária Cândida, diz que o segredo da longevidade dele é a mente ocupada.
“Ele levanta bem cedo, toma banho, toma seu cafezinho da manhã, e sai na sua caminhada matinal. Em casa, ele faz roupas de bonecas, e está aprendendo a tocar gaita, canta”, contou.
Síndrome de Down não é doença
A síndrome de Down não é uma doença, mas uma condição inerente à pessoa, portanto não se deve falar em tratamento ou cura. Essa condição está associada a algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento da criança. O termo correto é criança com síndrome e criança comum.
Ainda no útero, é possível realizar exames que podem detectar se o bebê apresenta síndrome de Down. Casais com síndrome tem 80% de chance de ter um filho também com síndrome. Se só um dos parceiros tiver a síndrome, a possibilidade de ter um filho com Down cai para 50%.
FONTE: g1.globo.com